A criação de um "Dia da Bairrada" foi uma das sugestões deixadas hoje, dia 02, no Museu do Vinho Bairrada, em Anadia, na conferência onde se procuravam debater os "Rumos & Desafios" para os Vinhos da Bairrada.
A proposta surgiu já no período de debate, vinda da própria plateia. Mário Neves, elemento da Direcção da Comissão Vitivinícola da Bairrada, para além de um dos responsáveis da Aliança - Vinhos de Portugal, partilhava com os presentes uma proposta que explicou ter já sugerido também junto da Associação Rota da Bairrada.
A Bairrada seria assim "a primeira a promover o primeiro dia de uma região em Portugal". Mário Neves deu ainda como exemplo de algo que poderia ser feito para comemorar a efeméride, o desafio a todos os restaurantes para neste dia "apresentarem uma carta só com vinhos da Bairrada."
Outra sugestão, também com as cartas de vinhos, haveria de surgir na plateia, desta feita por Fernando Castro. O presidente da Confraria dos Enófilos da Bairrada desafiava os responsáveis presentes a avançarem com um concurso de cartas de vinhos, enquanto forma de, em simultâneo, promover os vinhos da região e envolver a restauração.
Espumantes entre os factores de diferenciação
A apresentação de um produto diferenciador, a promoção da união entre toda a região, o tirar partido da gastronomia e da tradição dos espumantes existente na Bairrada e a importância do enoturismo foram os pontos em que as intervenções de hoje acabaram por convergir.
Jorge Sampaio foi um deles. O presidente da Rota da Bairrada entende mesmo que "o maior desafio de todos" passa por esta "união entre toda a região". Outras linhas de intervenção, segundo este responsável, devem passar pela "aposta da qualidade quer dos serviços, quer dos produtos", produtos estes que devem ser adaptados ao público, defende ainda.
Estruturar e organizar são outras duas palavras de ordem para o futuro da Bairrada, região esta que, sublinha, deve afirmar-se como diferente. Afinal, quem visita uma região "procura emoções e experiências novas."
As estratégias ao nível turístico foram trazidas para a mesa também por Pedro Machado. O presidente da Turismo do Centro apresentava quatro eixos de acção desta entidade, a começar desde logo pela união de esforços, para além da "divulgação do potencial que está congregado no produto enoturismo."
Para subir a média de permanência na região, actualmente situada em "1,8 noites", aquele responsável apontava ainda a importância da realização de eventos e das actividades promocionais.
No caso concreto do vinho, Pedro Machado destacou como elementos diferenciadores para quem visita a região as especificidades das vinhas e castas, os tipos de visitas e de provas, bem como os tipos de instalações vínicas, de instalações complementares e até de meios de transporte utilizados.
Plano estratégico para a Bairrada em marcha até 2013
O desenvolvimento do enoturismo na região da Bairrada é precisamente o estudo que a Universidade de Aveiro (UA), através do Departamento de Turismo, tem vindo a fazer em parceria com a Comissão Vitivinícola da Bairrada.
José Miguel Brás, docente da UA, apontou também a identificação do que a região "tem de único" como um das estratégias a seguir. As caves e a tradição associada, o facto de ser o berço dos espumantes, bem como a gastronomia e o leitão são três das especificidades da região que defende poderem ser uma mais-valia a este nível.
Esta parceria com a Universidade de Aveiro surge para dar resposta a um dos pontos que a Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB) entendeu como essenciais num Plano Estratégico para a região, a implementar até 2013.
Este plano nasceu dos esforços encetados em 2007 por diversos organismos da região, entre eles a Comissão Vitivinícola da Bairrada, a Confraria dos Enófilos, a ViniBairrada, a Direcção Regional de Agricultura, a Associação Rota da Bairrada e a Câmara Municipal de Anadia e, mais tarde, a Universidade de Aveiro.
A Universidade de Aveiro ficaria responsável pela dinamização das actividades ao nível do Turismo, enquanto a Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro ficava com a Produção e a Comissão Vitivinícola se encarregava de zelar pelo Comércio e Distribuição
As conclusões deste Plano Estratégico para a Bairrada definido então podem ser consultadas aqui .
Trabalhos para uma nova entidade certificadora continuam
A diminuição da área de vinha na região, a questão das alterações climatéricas e a "concorrência desleal dos vinhos sem rótulos" foram alguns dos pontos que João Casaleiro identificou hoje como merecedores de atenção.
O presidente da Comissão da Comissão Vitivinícola da Bairrada aproveitou ainda para fazer o ponto da situação quanto a uma nova entidade certificadora dos vinhos da região . "A situação actual é que o Governo pretendia para todas as Beiras uma única entidade certificadora."
Porque não foi possível haver um entendimento entre todas, e depois de entendido que o Dão poderia avançar separadamente, "estamos com a Beira Interior num processo que ainda não terminou."
Esta análise dos "Vinhos da Bairrada: Rumos & Desafios" feita hoje foi promovida pelo Diário as Beiras e a Câmara Municipal de Anadia. Na sessão eram esperados também o Secretário de Estados da Agricultura e Pescas, Luís Vieira, e do presidente da ViniPortugal, Francisco Borba, que não puderam estar presentes.
quinta-feira, dezembro 02, 2010
Dia da Bairrada reclamado para promover o vinho da região
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