Brancos estiveram à prova na Revista de Vinhos

"Contrariamente ao que se poderia apressadamente pensar, não houve neste painel uma 'vitória' clara desta ou daquela região" escreve João Paulo Martins na Revista de Vinhos de Maio.

As conclusões resultam de uma prova cega dedicada a vinhos brancos que custem menos de quatro euros. O painel avaliou 51 vinhos, de diversas regiões, todos da colheita de 2009.

A nota mais alta atribuída foi um 15,5, sinónimo de que se trata de um vinho "bom, sólido e bem feito, bebe-se com prazer." Receberam esta classificação cinco néctares, entre eles um vinho da Bairrada, o Quinta do Encontro Bical. Os restantes quatro são um regional Península de Setúbal, um regional Alentejano, um Bucelas e um Alentejo.

Mas este não é o único vinho Bairrada a integrar os néctares com a melhor classificação neste painel. O Galeria da Aliança - Vinhos de Portugal recebe uma classificação qualitativa de 15 valores, sinónimo de que se trata também de um vinho "bom, sólido e bem feito, bebe-se com prazer."

É um vinho com um custo que ronda os quatro euros e que pode ser bebido já. A Revista de Vinhos escreve que "há uma frescura verde no aroma, acompanhada de notas citrinas, que depois se repete na boca." Aquela publicação acrescenta ainda que "está muito equilibrado, com fresca acidez e um perfil fino e muito agradável. Maioritariamente Bical."

Classificação dos Bairradas oscilou entre os 14 e os 15,5

 

Uma classificação de 14,5 valores - incluindo-os por isso na mesma categoria dos restantes vinhos Bairrada que receberam entre 14 e 15,5 valores - é atribuída a outros dois brancos desta região.

Um é o Marquês de Marialva. Este vinho da Adega Cooperativa de Cantanhede custa cerca de dois euros e pode ser bebido já. É descrito como sendo "discreto nos aromas onde alguma fruta madura (maçã, pêra) marca presença, nota floral de rosas." O painel considerou ainda que apresenta uma "acidez viva mas bem casada, estilo muito gastronómico, marcado pela suavidade de conjunto. " As castas utilizadas são Maria Gomes e Bical.

O segundo vinho Bairrada com uma classificação de 14,5 valores é das Caves do Solar de São Domingos . O São Domingos apresenta uma "ligeira sensação tropical e notas de banana, conjunto aromático suave mas correct o e atractivo." Já a acidez é "muito viva, a precisar de comida, o estilo é claramente de Verão, pare beber novo."

Este vinho Bairrada tem um custo de 3,10 euros e pode ser bebido já. É também ele feito a partir das castas Bical e Maria Gomes.

A fechar a lista dos Bairradas avaliados neste painel está um vinho da Quinta de Baixo , elaborado pelo produtor com o mesmo nome . Este branco recebe uma classificação de 14 valores e apresenta um preço de 3,95 euros. É feito a partir das castas Arinto, Bical e Maria Gomes e pode ser bebido já.

A Revista de Vinhos escreve que apresenta um "conjunto aromático de boa intensidade, marcado pelas notas citrinas, com um toque medicinal. Prova de boca com bom equilíbrio entre o corpo e a acidez."

Revista destaca duas novidades da região

 

Vinhos da Bairrada são também duas das novidades que a revista de Vinhos apresenta na edição de Maio. Um deles é o Quinta do Valdoeiro Chardonnay 2009. A Sociedade Agrícola Comercial dos Vinhos Messias vê mesmo este vinho branco distinguido com o selo de Boa Compra 2010.

Recebe uma avaliação de 16 valores. Tem um custo que ronda os sete euros e pode ser bebido já. Aquela publicação descreve-o como sendo "bastante intenso e perfumado no aroma, com as notas típicas da casta, manteiga fresca, algum tropical, destacando-se um muito agradável perfil citrino."

É um vinho "volumoso mas não pesado, com muito boa acidez limonada, conferindo-lhe um fim de boca desenvolto e muito fresco. Não é um vinho especialmente complexo mas representa um muito bom exemplo da casta, franco, expressivo, sem disfarces."

A segunda novidade da Bairrada é umas das 4 Maravilhas da Mesa da Mealhada. Trata-se de um vinho tinto com o nome 4 maravilhas, de 2008. Recebe uma classificação de 16,5 e é apresentado com um custo de 16 euros.

A revista de Vinhos escreve que tem "boa concentração de cor, sóbrio num aroma austero que sem ser muito comunicativo é atraente." Refere ainda "especiaria, fruto silvestre, leve fumado e mineral, seco e sóbrio no estilo, final seco e estimulante denotando algum potencial de envelhecimento." Pode ser bebido já ou guardado.

Aliança Vintage acompanha bem queijo fresco de cabra

 

Num desafio de escolher vinhos adequados para acompanhar os diferentes tipos de queijos, a Revista de Vinhos meteu à prova um outro néctar produzido na Bairrada, desta feita um espumante.

O objectivo era tentar perceber que queijos - fosse um queijo fresco de cabra, de vaca, ou requeijão - os cinco vinhos submetidos à prova podiam acompanhar. A Bairrada esteve representada no desafio pelo Aliança Vintage 2004 , produzido pela Aliança - Vinhos de Portugal . A conclusão obtida é que se trata de um espumante que acompanha bem queijo fresco de cabra.

Feito a partir das castas Chardonnay e Baga, apresenta "notas de pêssego e de maçã, leve amanteigado, bom corpo, espuma suave com bolha fina e com alguma força geral (pronto a acompanhar pratos mais elaborados à mesa), que ligou bem com os queijos de cabra."

in: bairrada-wines.com