Uma das salas onde em Anadia se conta a história do vinho Bairrada exibe desde hoje (dia 29) um novo marco na história de um produto bem característico da região, o espumante. O Museu do Vinho Bairrada desvendou aos seus visitantes aquela que é "a maior tela portuguesa, senão a maior tela do mundo, alguma vez concebida de tributo ao espumante", explica o diretor deste núcleo museológico.
O autor desta obra com mais de 30 metros quadrados é o artista plástico Mário Vitória. Trata-se de um dos novos talentos nacionais e que por isso mesmo se manifestou hoje surpreendido pela casa cheia com que foi recebido em Anadia. "Não é normal todo este apoio a alguém que inicia a carreira", confessou aos muitos visitantes que ali se deslocaram.
Mas esta não é a única peça que o artista partilha com a Bairrada. Mário Vitória concebeu uma exposição de pintura/instalação de grande dimensão, dividida pelas diversas salas no Museu dedicadas às exposições temporárias. É um trabalho de tributo ao vinho e aos espumantes da Bairrada, sob o nome "Erguendo o Sangue da Terra."
Esta é uma "exposição muito complexa com muitos significados escondidos", adianta o próprio autor. Afinal, trata-se de um "artista revelador de uma majestosidade pictórica e conceptual, onde a metáfora e sátira surgem retratadas em cenários que evocam o mundo místico e mitológico associado ao precioso néctar", conta o diretor do Museu.
As surpresas desta mostra chegam até do teto, onde está exposta uma das telas. Outra das grandes revelações acontece na sala onde as luzes se apagam para, no escuro, desvendar ao visitante pinturas com tinta fluorescente.
Mostras podem ser visitadas até dia 31 de maio
"Erguendo o Sangue da Terra" é uma das duas mostras, com o tema do vinho subjacente, inauguradas hoje no Museu do Vinho Bairrada. A par com o trabalho deste novo talento, é possível visitar também o trabalho de um outro artista plástico já consagrado, o do escultor Paulo Neves.
Aquele que é um dos nomes maiores da escultura contemporânea portuguesa regista aqui "um natural diálogo entre as obras apresentadas, numa continuidade discursiva que deriva quer das próprias origens da matéria (árvores), quer da própria dimensão e afetuosidade intrínsecas do artista", adianta Pedro Dias.
"O prestígio deste autor foi um dos motes para que o setor vitivinícola da Bairrada viesse a assumir connosco a partilha de responsabilidades na organização deste novo núcleo de exposições temporárias do Museu do Vinho Bairrada", reforça ainda o diretor do núcleo museológico.
Ambas as mostras são organizadas pelo Museu do Vinho Bairrada, com o apoio de quatro casas produtoras de vinho na Bairrada. Adega Cooperativa de Cantanhede, Luís Pato, Quinta dos Abibes e Quinta do Ortigão assumem a co-organização das exposições, numa aposta do setor "em estratégias conjuntas para podermos levar a bom porto o nome Bairrada."
Os trabalhos de Mário Vitória e Paulo Alves podem ser visitados no Museu do Vinho Bairrada até 31 de maio. As portas estão abertas de terça a sexta-feira das 10H00 às 13H00 e das 14H00 às 18H00. Aos fins de semana e feriados funciona entre as 11H00 e as 19H00.
(texto escrito segundo o novo acordo ortográfico)